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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

A Oração aos Santos no Período Pós-Niceno - Parte 2


Em continuidade ao primeiro artigo (aqui). Proponho-me a analisar algumas citações indevidamente usadas pelos apologistas católicos em favor da invocação dos santos nos séculos IV e V. Diferente do que é argumentado, embora a invocação tenha se tornado popular a partir do século IV, passou longe de ser um consenso nesse período, no qual vemos testemunhas patrísticas e outros se opondo a prática.

Atanásio de Alexandria (293-373)

Este foi o conselho que ele deu aos que vieram até ele. E com aqueles que sofriam ele se compadeceu e orou. E muitas vezes o Senhor o ouviu em nome de muitos: no entanto, ele não se gabava porque era ouvido, nem murmurava se não fosse. Mas sempre agradeceu ao Senhor e pediu ao que sofria para ser paciente e saber que a cura não pertencia a ele nem ao homem, mas apenas ao Senhor, que faz o bem quando e a quem Ele quer. Os sofredores, portanto, costumavam receber as palavras do ancião como se fosse uma cura, aprendendo a não desanimar, mas sim a ser paciente. E aqueles que foram curados foram ensinados a não agradecer a Antônio, mas a Deus somente. (NPNF2-04. Athanasius: Select Works and Letters, Life of Anthony, Section 56)

Antônio foi um monge que viveu no início do séc. IV. Ele, inclusive, é um santo da Igreja Romana. A postura desse homem que foi biografado por Atanásio contrasta com a prática do romanismo. Os curados pela intercessão de Antônio (quando este vivia obviamente) eram desestimulados a agradecer a ele, sendo ensinados a agradecerem a Deus. Compare isso com a prática popular em nosso país de não só agradecer a suposta ajuda de homens falecidos, como ainda “pagar promessas” a esses homens. Antônio certamente não via necessidade de utilizar outros intercessores além de Cristo. Mais detalhes (aqui). Atanásio ainda oferece poderoso testemunho contra a invocação de criaturas:

Por essa causa então, de forma consistente e apropriada, tais afeições não são atribuídas a outro, mas ao Senhor para que a graça seja dele, e para que possamos nos tornar, não adoradores de nenhum outro, mas verdadeiramente devotos de Deus, porque não invocamos nada criado, nenhum homem, mas o natural e verdadeiro filho de Deus, que se tornou homem, não menos Senhor, Deus e Salvador. (Contra os arianos, discurso 3:32)

Concílio de Laodiceia (363-364)

Os cristãos não devem abandonar a Igreja de Deus, e se afastarem, e invocar (οὐνομάζω) anjos e fazer reuniões, que são coisas proibidas. Se alguém for encontrado se entregando a essa idolatria privada, que seja amaldiçoado, porque abandonou nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, e se tornou idólatra. (Synodus Laodiciae (Synod of Laodicea) Canon XXXV) (For translation, see James Ussher, An Answer to a Challenge Made by a Jesuit (Cambridge: J. & J. J. Deighton, 1835), p. 406)

Invocar anjos foi condenado como uma prática pagã e idólatra. É improvável que o mesmo raciocínio não fosse aplicado a invocar falecidos. 

Cirilo de Jerusalém (313-386)

É de Cirilo uma das mais famosas citações em apoio a invocação dos santos:

Então, celebramos também aqueles que adormeceram antes de nós, primeiro os patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que em suas orações e intercessões, Deus receba nossa petição. Então, em favor também dos Santos Pais e Bispos que adormeceram antes de nós, e uma palavra para todos os que nos últimos anos dormiram dentre nós, acreditando que será um grande benefício para as almas, para quem a súplica é levada, enquanto esse sacrifício sagrado e terrível é estabelecido. (Leituras Catequéticas 23:9)

Existe dois problemas com o uso dessa citação:

(1) Ele faz parte das Catequeses Mistagógicas sobre o qual há dúvidas de autoria. Há uma corrente de estudiosos que defende o sucessor de Cirilo na Igreja de Jerusalém (João II) como o verdadeiro autor. O estudioso patrístico Claudio Moreschini diz:

No passado atribuía-se também essas cinco Catequeses mistagógicas a Cirilo de Jerusalém, mas estudiosos mais recentes consideram, também com base em algumas diferenças de estilo, que as Catequeses mistagógicas são do sucessor de Cirilo na cátedra de Jerusalém, João (387-417). (FONTE)

(2) A citação sugere orar pelos mortos e não orar aos mortos. Há uma diferença substancial entre colocar o morto como o favorecido pela oração e o destinatário da oração. Após falar sobre os “patriarcas, profetas, apóstolos e mártires”, ele conecta com a segunda ação “em favor também dos Santos Pais e Bispos” e conclui com “será um grande benefício para as almas”. Ou seja, a alma dos que já partiram eram beneficiários da oração. A objeção mais óbvia utilizaria o trecho “para que em suas orações e intercessões”. A implicação é que na medida em que eles eram lembrados na oração eucarística, poderiam ser estimulados a orar pela Igreja. Obviamente, Cirilo acreditava que os crentes no céu oram pela Igreja, mas a ideia de orar a Deus em favor dos falecidos é também compatível com a citação acima. Dado que a continuação da citação menciona o favorecimento das almas falecidas, a oração pelo falecido é a interpretação mais provável. Não por acaso, é comum os apologistas católicos utilizarem indevidamente essa citação em favor do purgatório (aqui). Ou seja, até os católicos tomam essa referência como indicando oração pelos mortos e não oração aos mortos. 

Gregório de Nissa (335-394)

A seguinte citação costuma ser apontada:

Efrém, que estais de pé no altar Divino, e ministrando com os anjos à Santíssima e vivificante Santíssima Trindade, recordai-nos todos, pedindo-nos a remissão dos pecados e a fruição de um eterno Reino. (De vita Ephraemi, em fin., PG 46, 850)

Sem dúvidas, refere-se à invocação de um santo que há havia morrido. O problema é que a atribuição de autoria dessa obra a Gregório é objeto de disputa. A enciclopédia católica afirma:

Entre as obras de St. Gregório de Nissa (P.G., XLVI, 819) há um sermão (embora não reconhecido por alguns) que é um verdadeiro panegírico de St. Efrém. (FONTE)

João Crisóstomo (349-407)

Portanto, o diabo introduziu os dos Anjos [pedidos em nome dos anjos], invejando-nos a honra. Tais encantamentos são para os demônios. Mesmo que seja um anjo, mesmo que seja um arcanjo, mesmo que sejam querubins, não permitam; pois tampouco esses poderes aceitarão tais endereçamentos, mas os lançarão longe deles, quando tiverem visto seu Mestre sendo desonrado. (NPNF1: Vol. XIII, Homilies on the Epistle of St. Paul to the Colossians, Homily 9)

Crisóstomo diz que invocação de anjos é obra de demônios. Ele ainda complementa afirmando nem mesmo os anjos aceitam tal endereçamento, pois seria desonroso para seu mestre (Deus) que os anjos recebessem tais orações.

Novamente, Ele [Jesus] nada mais prova por estas palavras, mas que Ele é de Deus. "Pois, então virá o tempo em que todas as coisas serão conhecidas." Mas o que é "Você não deve me perguntar?" "Não precisarás de intercessor, mas basta que invocais o meu Nome, e assim ganhará todas as coisas”. (NPNF1: Vol. XIV, Gospel of St John, Homily 79, §1)

Crisóstomo está comentando João 19:22-23. Ele afirma a desnecessidade de outros intercessores. Isso contradiz a ideia de que apelar somente à intercessão de Jesus é uma atitude egoísta, como alguns apologistas afirmam. 

Isso deve ser em todos os lugares nossa preocupação, não apenas orar, mas orar de modo a ser ouvido. Não é suficiente que a oração peça o que é desejado, a menos que nós a direcionemos como um apelo a Deus. (Robert Charles Hill, St. John Chrysostom Commentary on the Psalms, Volume 1, Psalm 7 (Brookline: Holy Cross Orthodox Press, 1998), p. 117)

A implicação é que a oração deve ser direcionada a Deus. Todavia, há duas citações de Crisóstomo que sugere a invocação dos santos:

Mas por que? Porque é dever de um mestre punir seu criado. E esta não é a única razão. Se o escravo teve que fugir, ele não deveria ter ido aos inimigos que odiavam o mestre, mas deveria ter ido aos verdadeiros amigos de seu mestre. Você deve fazer o mesmo. Quando você vê que Deus lhe castiga, não fique com seus inimigos, os judeus, para que não desperte sua ira contra ti ainda mais. Ao invés disso, corra para os mártires, os santos, para aqueles com quem Ele está satisfeito e que podem falar com Ele com grande confiança e liberdade. (Contra os Judeus, Homilia 8:6)

A citação de fato sugere pedir ajuda a falecidos. Embora, o contexto não fale de oração, a citação sugere a invocação dos santos. Outra citação é a seguinte:

Aquele que usa o roxo […] está pedindo aos santos para serem seus patronos com Deus, e aquele que usa um diadema implora ao fabricante de tendas [Paulo] e o pescador [Pedro] como patronos, mesmo ainda estejam mortos. (Homilias sobre II Coríntios, 26)

O mesmo aqui. É sugerido a invocação dos santos. A luz do que já vimos, Crisóstomo pode ter sido inconsistente em relação tema. É possível também que ele tenha cedido a uma prática que estava ficando cada vez mais popular. Em todo o caso, sua postura inconsistente e vacilante em relação a invocação de criaturas é um indicativo que esta não era uma prática firmemente presente há mais de três séculos na Igreja. A postura de Crisóstomo sugere o contrário. Ela é demonstrativa de um tempo de transição. Todavia, isso passa longe de ter sido um consenso da Igreja (mesmo no séc. IV) e nada sugere se tratar de um artigo de fé.

Ambrósio de Milão (339-397)

Meu coração está despedaçado, porque um homem foi arrebatado, a quem dificilmente poderemos encontrar novamente; contudo, somente você Ó Senhor, deve ser invocado, você deve ser suplicado, para que possa fornecer seu lugar aos filhos. (De obitu Theodosii oratio (Funeral Oration for Theodosius, §36, PL 16:1397A-1397B)

O texto refere-se a uma oração de Ambrósio em homenagem ao imperador Teodósio por conta de seu falecimento. De um ponto de vista romanista, Teodósio estaria no purgatório, e orar aos santos pedindo ajuda ao imperador seria apropriado. No entanto, Ambrósio diz que somente Deus deveria ser invocado. A ele somente deveria ser dirigida a súplica. Sites católicos costumam trazer a seguinte citação de Ambrósio:

Que Pedro, que chorou tão eficazmente por si mesmo, chore por nós e traga para nós o semblante benigno de Cristo.  (Santo Ambrósio de Milão, Hexamerão, V, XXV, 90, PL 14, 242)

A frase é trazida assim, sem nenhum contexto. A ideia é que Ambrósio estivesse orando a Pedro. Todavia, quando trazemos o contexto (veja o contexto aqui), percebemos que esse trecho é parte de uma oração feita a Jesus:

Tenha em conta, Senhor Jesus, nós também, para que possamos reconhecer nossos erros, apaguemos nossas faltas com lágrimas de devoção e mérito indulgente por nossos pecados. E nós temos propositalmente prolongado nossa discussão para que o galo possa vir também para nós enquanto falamos. Portanto, se algum erro se manifestou em nosso discurso, oramos para que Cristo perdoe nosso pecado. Conceda-nos as lágrimas de Pedro. Entregue-nos a partir da exultação do pecador. Os hebreus choraram e foram libertados quando as águas do mar dividiram. Faraó ficou feliz porque ele cercou os hebreus, mas ele foi engolido pelo mar junto com o seu povo. Judas também se alegrou com o preço da traição, mas por causa do mesmo preço se enforcou. Pedro chorou por seus pecados e foi capaz de perdoar os pecados dos outros. Mas agora é tempo apropriado para que este discurso acabe num tempo de silêncio ou de lágrimas, uma vez que é celebrado o perdão dos pecados. Que para nós também em nossos ritos sagrados o galo sagrado cante, como o galo de Pedro fez em nosso discurso. Possa Pedro, que chorou tanto por ele mesmo, chorar também por nós e possa o semblante benigno de Cristo se voltar para nós. Que venha sobre nós a paixão do Senhor Jesus que nos perdoa todos os nossos pecados e realiza o ofício da remissão. (Hexamerão, V, XXV, 88-90)

O argumento católico se desfaz na medida em que toda a oração é dirigida a Cristo. Ambrósio se refere ao momento de pedir perdão pelos pecados. Ele habilmente toma Pedro como um exemplo, pois o apóstolo negou a Cristo, no entanto se tornou exemplo de arrependimento e perdão. Sendo uma oração de confissão e arrependimento, jamais poderia ser dirigida a Pedro como sugerem os apologistas católicos. Quando ele diz “possa Pedro”, há duas possibilidades aqui: (1) um recurso retórico, afinal Pedro era exemplo do que se estava pedindo - ou mais provavelmente - (2) Ambrósio acreditava que Pedro orava no céu pela Igreja na terra. Dado que ele viveu na segunda metade do século quarto, não seria estranho tal pensamento. Todavia, isso é radicalmente distinto da prática romana de orar ao santo. Todavia, há outra citação de Ambrósio no qual ele claramente defende a invocação dos santos e anjos:

Os anjos devem ser invocados por nós, pois foram para nós como guardas. Os mártires devem ser invocados, cuja proteção nós reivindicamos para nós mesmos, sob a garantia de seus restos corporais. Eles podem pedir pelos nossos pecados. Eles, que se tiveram algum pecado, os lavaram em seu próprio sangue, pois eles são os mártires de Deus, nossos líderes, os espectadores de nossa vida e de nossas ações. Não nos envergonhamos de tomá-los como intercessores para a nossa fraqueza, pois eles mesmos conheceram as fraquezas do corpo quando a superaram. (Sobre as viúvas, cap. 9)

Os mesmos comentários sobre Crisóstomo são cabíveis aqui. Em todo o caso, parece-me razoável concluir que a postura desse e outros pais da igreja do período pós-niceno é vacilante. Isso se deu porque a invocação dos santos não era uma tradição antiga ou exposta nas Escrituras, mas uma prática cujas origens eram mais recentes e não poderia ser rastreada até os apóstolos ou cristãos mais antigos.

E a invocação de Maria?

O leitor mais atento deve ter percebido que apesar de Pais da Igreja dos séculos IV terem defendido a invocação dos mártires, vemos quase nada sobre a invocação de Maria. O erudito patrístico J. N. D. Kelly escreveu:

Desse modo, provas confiáveis de orações dirigidas a ela ou da busca de sua proteção e ajuda são quase inexistentes (embora não totalmente) nos primeiros quatros séculos da Igreja. (Kelly, p. 375)

George Salmon, citando o eminente estudioso católico Cardeal Newman, escreveu:

O próprio Dr. Newman, renunciando à doutrina de que a Invocação da virgem é necessária para a salvação, diz (Carta a Pusey, p. III): "Se assim fosse, haveria motivos sérios para duvidar da salvação de São Crisóstomo ou São Atanásio, ou dos primitivos mártires. Mais do que isso, eu gostaria de saber se Santo Agostinho, em todos os seus escritos volumosos, a invoca uma vez. (FONTE)

Uma inovação estranha ao período pré-niceno

O renomado historiador protestante Philip Schaff nos traz um bom resumo:

Nos três primeiros séculos, a veneração dos mártires, em geral, se restringiu à lembrança grata das virtudes e à celebração do dia da sua morte como o dia do seu nascimento celestial. Esta celebração geralmente ocorreu em seus túmulos. Assim, a igreja de Esmirna comemorou anualmente o seu bispo Policarpo e valorizou seus ossos mais do que ouro e gemas, embora com a distinção expressa: " Somente a Cristo adoramos como o Filho de Deus. Os mártires que amamos e honramos como discípulos e sucessores do Senhor, por causa de seu amor insuperável ao seu rei e mestre, como também desejamos ser seus companheiros e discípulos seguidores". Aqui encontramos essa veneração ainda em sua simplicidade inocente. Mas, na era nicena, avançou para uma invocação formal dos santos como nossos patronos e intercessores (mediadores) diante do trono da graça, e degenerou em uma forma de politeísmo refinado e idólatra. Os santos assumiram o lugar dos semideuses (...) Uma vez que havia templos e altares para os heróis, agora as igrejas e as capelas passaram a ser construídas sobre os túmulos dos mártires e foram consagradas a seus nomes (ou mais precisamente a Deus através deles). As pessoas colocavam nelas, como costumavam fazer no templo de Esculápio, os doentes para serem curados, e pendurados neles, como nos templos dos deuses, presentes sagrados de prata e ouro. Seus túmulos estavam, como diz Crisóstomo, ficando esplendidamente adornados e mais frequentemente visitados do que os palácios dos reis. Os banquetes eram realizados ali em sua homenagem, o que recorda as festas pagas do sacrifício. Suas relíquias foram preservadas com cuidados escrupulosos e acreditavam possuir virtudes milagrosas. Anteriormente, era costume orar pelos mártires (como se ainda não fossem perfeitos) e agradecer a Deus por sua comunhão e seu exemplo piedoso. Agora, tais intercessões para eles foram consideradas impróprias, e sua intercessão foi invocada para os vivos. (FONTE)

Schaff assevera o que já demonstramos em outros artigos – a invocação dos santos não remonta ao período pré-niceno. E qual teria sido o fator determinante para essa ruptura na história da Igreja:

Mas, apesar de todas essas distinções e precauções, o que seria esperado de um homem como Agostinho, e reconhecido como uma restrição saudável contra os excessos, não podemos deixar de ver no culto ao mártir, como realmente foi praticado, uma nova forma de culto-heroico dos pagãos. Nem poderíamos imaginar menos, pois a grande massa do povo cristão veio de fato fresca do politeísmo, sem uma conversão completa, e não poderia se despojar de suas antigas noções e costumes num único golpe. A forma despótica do governo, a sujeição servil do povo, a homenagem idólatra que foi rendida aos imperadores bizantinos e suas estátuas, os predicados divino e sacro, que foram aplicados aos enunciados de sua vontade, favoreceram o culto aos santos (...) o presbítero espanhol Vigilâncio, no século V, chamou os cultuadores de mártires e relíquias de cultuadores de cinzas e idólatras, e ensinou que, de acordo com as Escrituras, os vivos só devem orar com e para o outro. Mesmo alguns professores ortodoxos da igreja admitiram a afinidade da adoração dos santos com o paganismo, embora com a visão de mostrar que tudo o que é bom no culto pagão reaparece muito melhor no cristão (...) Agostinho lamenta que, na igreja africana, banquetear e divertir-se fosse praticado diariamente em homenagem aos mártires, mas pensa que essa fraqueza deve ser por um tempo tolerada por ser relacionar aos antigos costumes dos pagãos. (FONTE)

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