O
Concílio de Trento afirmou:
Se
alguém disser que nos ministros, enquanto confeccionam e conferem os
sacramentos, não se requer a intenção de ao menos fazer o que faz a Igreja —
seja excomungado. (sessão 7ª cân. 11, Denz. 854)
O
Cardeal Roberto Belarmino, proclamado Doutor da Igreja afirmou:
"Ninguém
pode estar certo, com a certeza da fé, que
recebe um verdadeiro sacramento, porque
o sacramento não pode ser válido sem a intenção do ministro, e nenhum homem
pode verificar a intenção do outro". ("Disput. Controv. De Justine." III. viii. 5)
O
que isso significa na prática é que
nenhum católico romano pode ter certeza de que já foi batizado, confirmado,
absolvido, ou recebeu a Sagrada Comunhão; pois mesmo que ele seja
moralmente certo da honestidade e da piedade dos bispos e sacerdotes que
professaram fazer essas coisas para ele, não
tem garantia de que todos tenham sido validamente ordenados, uma vez que o
Bispo que professou ordená-los pode não ter a intenção, ou ter sido ele mesmo
validamente consagrado. ("Theol. Mor." VI. II. 755)
Nenhum
católico tem a capacidade de infalivelmente saber qual a intenção do sacerdote,
portanto, não pode ter certeza se os sacramentos foram válidos. Isso é tão
grave que, nos parâmetros da teologia romana, pode até mesmo determinar a
salvação da alma. Um católico que cometeu pecado mortal e se confessou
inocentemente como um padre que não tinha a intenção correta, permanece em
pecado mortal e caso morra nesta condição, irá para o inferno. Além disso, nem
todos os padres podem ouvir confissões. Assim diz o Código de Direito Canônico:
Cân. 966 — § 1. Para a
absolvição válida dos pecados, requer-se que o ministro, além do poder de
ordem, possua a faculdade de o exercer
sobre os fiéis a quem concede a absolvição.
Cân. 970 — Não se conceda a
faculdade de ouvir confissões a não ser
a presbíteros que tenham sido considerados idôneos mediante exame, ou de
cuja idoneidade conste por outra via.
Então
o católico que vai se confessar precisa lidar com três requisitos que podem
estar fora do seu alcance de conhecimento:
(1)
ordenação válida – que dependerá da intenção correta do bispo que ordena e
também da validade da ordenação desse bispo;
(2)
intenção correta e;
(3)
autorização da Igreja para ministrar o sacramento.
São
muitas incertezas relacionadas ao sacramento que pode determinar o destino
eterno do católico. E casos assim não são incomuns, como o caso do falso padre
da paróquia do Morumbi (Link)
A
necessidade da intenção correta coloca até mesmo em dúvida a validade de um
papa, uma vez que afeta a validade da ordenação que também é um sacramento.
Quem pode garantir que um papa é um sacerdote validamente ordenado? O bispo que
o ordenou poderia não ter a intenção correta ou poderia ele mesmo não ter sido
validamente ordenado.
Ao
fazer do sacerdote um mediador entre os homens e Deus, a Igreja Romana tornou a
eficácia dos sacramentos um grande mar de dúvidas. No sistema sacramental
católico, o homem não pode ter “paz com Deus” como afirma Paulo:
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus,
por nosso Senhor Jesus Cristo. (Romanos 5:1)
Para todos que desejam ter verdadeira paz com
Deus, temos a mensagem do evangelho, cuja eficácia não depende de nenhum
sacerdote humano falível, mas do Sumo Sacerdote, a quem temos livre acesso e
podemos depositar nossa confiança pois a intenção dele é sempre correta:
Pois não temos um sumo sacerdote que não seja capaz de compadecer-se das
nossas fraquezas, mas temos o Sacerdote Supremo que, à nossa semelhança, foi
tentado de todas as formas, porém sem pecado algum. Portanto, acheguemo-nos com toda a confiança ao trono
da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos o poder que nos socorre
no momento da necessidade. (Hebreus 4:15-16)
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